Sabemos que a Gestão Ágil significa adaptação às necessidades da empresa a cada iteração. Porém, alguns fatores devem ser considerados na adaptação às mudanças empresariais.
Suponha que haja 100 funcionalidades, já priorizadas pela empresa, a serem implementadas em cinco iterações. Do ponto de vista técnico, faz sentido agrupar as funcionalidades de modo diferente entre as iterações. Por exemplo: ao desenvolver funcionalidades de relatórios de cobrança, seria melhor concluir todas as funcionalidades envolvendo relatórios na mesma iteração. No entanto, caso as outras funcionalidades envolvendo relatórios não sejam prioridades, isso deve ser respeitado. Porém, a empresa deve ser informada dos impactos ao priorizar as funcionalidades.
Sabendo que houve perda de eficiência do ponto de vista técnico ou de recursos, você terá que reavaliar as funcionalidades futuras envolvendo relatórios. Por exemplo: se todas as funcionalidades de relatórios fossem concluídas na mesma iteração, seriam necessárias 100 horas de trabalho. Já com as funcionalidades de relatórios distribuídas entre várias iterações, seriam necessárias 115 horas de trabalho, 15% a mais. Isso se deve ao tempo necessário para que o recurso entenda um assunto cada vez que começa a trabalhar com uma funcionalidade.
Vamos a outra hipótese. Suponha que esteja reformando, acarpetando e pintando uma casa grande por dentro. Pense em cada cômodo como uma iteração. O cliente priorizou a sequência de execução dos cômodos e as funcionalidades gerais da casa. O ar condicionado ficou por último, pois talvez o orçamento não seja suficiente para essa funcionalidade, e não costuma fazer calor na região. Porém, cada quarto é afetado pelo ar condicionado, pois deve haver aberturas para a instalação. Nesse caso, faz sentido colocar o ar condicionado primeiro. O gerente de projeto deve informar as consequências ao cliente, geralmente em termos de custos ou recursos. Caso fique 50% mais caro deixar o ar condicionado por último, o cliente pode antecipar a instalação, mas a decisão é dele.
Em outras situações, pode ser obrigatório implementar uma funcionalidade primeiro, por ser pré-requisito para outras. Vamos voltar à funcionalidade de relatórios de cobrança. Um pré-requisito seria a funcionalidade de inserir informações de cobrança. Se as informações não estiverem disponíveis no sistema, não há relatório.
Por fim, mudanças nas prioridades de negócios podem gerar reformulação das funcionalidades. Ao serem agrupadas, algumas funcionalidades antigas devem ser reelaboradas para se adequarem às novas. Isso é normal na Gestão Ágil. Basta haver planejamento. Quando o planejamento de lançamentos é criado no início da primeira iteração, os especialistas devem revisar a sequência das funcionalidades propostas para determinar os efeitos da concepção e da reformulação, permitindo estimativas precisas para as iterações posteriores.
Havendo planejamento adequado, o responsável pela Gestão Ágil pode controlar a prioridade das funcionalidades com uma equipe de projeto o assessorando e se adequando às mudanças a cada iteração.
Na próxima postagem, falaremos sobre o encerramento do projeto. Até lá!
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