Benefícios Ambientais da Cobertura Viva
Como solução parcial para vários problemas ambientais comuns nas grandes cidades, a cobertura viva ajuda na redução da poluição, melhora a qualidade do ar, reduz os efeitos das ilhas de calor, diminui a poluição sonora além de ser uma iniciativa sustentável eficiente na busca por mais espaços verdes nos centros urbanos.
Biodiversidade
A vegetação contribui de forma significativa para o estabelecimento de microclimas e também para equilibrar o clima do seu entorno, absorvendo energia e favorecendo a manutenção do ciclo oxigênio-gás carbônico que é essencial para a renovação do ar atmosférico (DIMOUDI & NIKOLOPOULOU, 2003 apud ARAÚJO, 2007). Dessa forma, há um aumento da biodiversidade nesses locais atraindo pássaros, insetos, besouros, borboletas entre outros.
A pesquisa bibliográfica mostrou unanimidade nas espécies de plantas como a Portulaca Grandiflora (Onze-horas), Tracescantia Pallida (Coração-roxo), Aspargus Densiflorus (Aspargo rabo de gato) e Senico Confusos (Margaridão), como as mais resistentes ao clima tropical e se adaptam bem em telhados verdes extensivos assim também outras espécies como cebolinha, louro, magnólia, amor-perfeito, orquídeas entre outras.
Retenção de água
Para cumprir a função da terra que a urbanização enterrou com asfalto, as áreas naturadas podem reter de 15 a 17% do volume das águas de chuva reduzindo a ocorrência de enchentes em regiões de chuva intensa.
Di Giovanni e Cruz (2010), a partir de um protótipo de uma cobertura viva com o objetivo de medir várias vazões de água lançadas sobre o mesmo simulando intensidades de chuvas, concluiu que, com a construção e utilização do protótipo, os resultados foram satisfatórios e promissores, onde se observou eficiência do sistema com retenção significativa de água, como mostra Figura 4. Baseado nesses dados esse estudo de caso terá continuidade já que o tema pode ser uma alternativa no combate a ocorrência de enchentes nas grandes metrópoles.
Figura 4 - Gráfico comparativo Volume acumulado x Tempo.
Fonte: Di Giovanni e Cruz (2010).
O aproveitamento da água de chuva associado a cobertura viva, consiste basicamente na coleta da água pluvial através de calhas e condutores direcionado a um reservatório de acumulação.
Com um bom sistema de condução, a água dos chuveiros e das pias é filtrada e armazenada num reservatório que é bombeada até a cobertura viva para a rega das plantas onde é novamente filtrada através da camada do substrato, areia e brita e redirecionada para outro reservatório que será reutilizado nas descargas.
Poluição atmosférica
Segundo Leal, Farias e Araújo (2008), “O desenvolvimento industrial e urbano tem originado em todo o mundo um aumento crescente da emissão de poluentes atmosféricos.
O acréscimo das concentrações atmosféricas destas substâncias, a sua deposição no solo, nos vegetais e nos materiais é responsável pela redução da produção agrícola, danos nas florestas, degradação de construções e obras de arte e de uma forma geral origina desequilíbrios nos ecossistemas.”“O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta” que ocorre quando...“os gases poluentes formam uma camada de poluição na atmosfera, bloqueando a dissipação do calor. Desta forma, o calor fica concentrado na atmosfera, provocando mudanças climáticas.” (LEAL, FARIAS e ARAUJO, 2008).
Com todos os efeitos que a poluição atmosférica tem trazido para o mundo e com o desmatamento que está acontecendo, a popularização da cobertura viva pode ser uma solução eficiente para os grandes centros urbanos reduzindo a emissão de carbono atenuando a poluição do ar, filtrando a poluição, o gás carbônico e os poluentes e metais pesados da água da chuva.
Na próxima postagem, falaremos sobre a aplicabilidade da Cobertura Viva. Até lá!