domingo, 11 de março de 2018

A LIMPEZA CIP (CLEANING IN PLACE) - PARTE III

Olá, pessoal. Dando andamento aos nossos artigos sobre CIP, hoje vamos falar um pouco mais sobre seus pilares: tempo, temperatura, energia mecânica (turbulência) e concentração.
Pode-se obter um processo eficiente de higienização, através da otimização dos quatro principais fatores envolvidos nesta operação: energia mecânica, energia física, energia química e o tempo de contato dos produtos utilizados com as superfícies a serem higienizadas (ANDRADE; MACEDO 1996; REINEMANN; RABOTSKI 1993; PASSOS 1992).
Faz-se uso da energia mecânica para estabelecer o contato entre os resíduos e os microrganismos com os agentes de higienização. Pode ser empregada tanto manualmente quanto pela circulação de soluções no interior de tubulações e equipamentos fechados como a utilizada em sistemas CIP, onde a tensão de cisalhamento, aplicada pelo fluxo dos agentes de higienização em um equipamento, resulta na remoção de resíduos (JEURNINK; BRINKMAN, 1994; ANDRADE; MACEDO, 1996; GIBSON et al., 1999).

As temperaturas mais elevadas tendem a aumentar a eficiência do processo, dessa forma, a energia térmica colabora em alto grau no processo de higienização,  pois os efeitos químicos elevam-se de modo linear com a temperatura. Contudo, verificam-se certas limitações na utilização deste fator em função do processo de limpeza e o tipo de resíduo a ser removido (ANDRADE; MACEDO, 1996; GIBSON et al., 1999).

No momento em que ocorrem as reações durante o processo, a energia química é utilizada como fator saponificante de gordura e peptização de proteínas por agentes alcalinos, solubilização de resíduos minerais por agentes ácidos e diminuição da carga microbiológica pela ação de agentes sanitizantes. As reações sobre os resíduos provocam a minimização de suas forças de adesão às superfícies (ANDRADE; MACEDO, 1996; GIBSON et al., 1999). 
Outro fator de vital importância à eficiência do processo é o tempo atribuído à limpeza e sanitização, devendo ter durabilidade suficiente para que as reações químicas ocorram de modo satisfatório, observando que as reações químicas de higienização, apresentam maior eficiência nos minutos iniciais de contato. Por outro lado, tempos extremamente estendidos,  diminuem a produtividade da indústria, já que elevam seus custos, principalmente no tocante à parada de produção e aumento do volume de efluentes que necessitará de tratamento posterior (ANDRADE; MACEDO, 1996).

A presença do sistema CIP na higienização, é um fator já com ampla utilização e que tem substituído de modo significativo, os processos de limpeza manual de equipamentos que trabalham com alimentos líquidos tais como  leite, cerveja, bebidas não alcoólicas e sorvetes, sendo mais empregados na limpeza e sanitização de tanques, trocadores de calor, tubulações e homogeneizadores (FORSYTHE; HAYES, 2002; GIESE, 1991).

Os parâmetros operacionais que atuam de modo a garantir a eficiência neste processo são basicamente: o tempo, a temperatura, a concentração dos componentes de limpeza e o potencial de turbulência do escoamento (TURNER, 1982 apud KUNIGK, 1998; REINEMANN; RABOTSKI, 1993).

Deve-se sempre dimensionar a taxa de escoamento para um sistema CIP, combinando-se tempo, temperatura e concentração. Não apenas de modo a permitir o contato adequado do detergente com o resíduo, mas também para criar um estado de turbulência adequado para facilitar a remoção.

O tempo é o fator de controle no processo CIP de maior flexibilidade e, também, o mais pressionado pelos operadores, pois há uma tendência de buscar reduzi-lo sempre (KUNIGK, 1998). Deve haver um critério bem elaborado para a redução, pois se o tempo de contato for insuficiente, tal situação proporciona uma ação inadequada dos agentes de limpeza.

Bom meus amigos, no próximo artigo, falaremos um pouco mais sobre os 4 pilares, além de áreas mortas (ou cantos mortos) e quando é necessária a limpeza manual. Até lá!

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