quinta-feira, 8 de março de 2018

A LIMPEZA CIP (CLEANING IN PLACE) - PARTE I

Olá, meus amigos. Hoje gostaria de compartilhar com vocês um pouco de minha experiência na indústria alimentícia, falando sobre um processo de suma importância neste segmento: A LIMPEZA CIP.

O sistema CIP (Cleaning in place) é um método usado nos segmentos industriais onde se processam alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos, laticínios e refrigerados, para limpeza de máquinas de envase e equipamentos de processamento, como tubos e bombas sanitários, tanques e trocadores de calor.
Nesses segmentos, os ingredientes utilizados, além de demais insumos e subprodutos, estão sujeitos frequentemente a contaminações, tanto de partículas solidas, quanto de micro-organismos, geralmente patogênicos. Tais contaminações causam um grande transtorno nas diversas etapas de processamento no ramo de alimentos em geral, pois tendem a ser nocivas aos seres humanos. Nesses ambientes fabris, os micro-organismos desenvolvem-se facilmente por conta das condições favoráveis, principalmente devido aos substratos necessários para a multiplicação de suas colônias. Há disponível em abundância material orgânico e inorgânico, em praticamente todos os materiais processados na cadeia produtiva.
Em função da grande necessidade de higienização das superfícies internas, houve um grande grande avanço nos métodos de limpeza na indústria de alimentos. A limpeza CIP, é um método de higienização que não necessita desmontagem das partes componentes de um sistema fechado. É um processo realizado em etapas, onde são utilizadas soluções químicas de limpeza, sendo tempo, temperatura, concentração parametrizados automaticamente, e turbulência (ação mecânica do liquido limpante), como as principais características do processo (também chamados OS 4 PILARES DO CIP). Essas soluções circulam através das tubulações e tanques de preparação de produtos, por meio de bombas e tubulações de avanço e retorno de solução. O sistema também é composto de controladores de pH, sensores, válvulas e aspersores das soluções, no caso de tanques.
Todas as etapas do processo de produção dos segmentos abordados neste artigo, são passiveis da contaminação patogênica, como também das incrustações orgânicas e inorgânicas, além de sobras de produtos químicos, ao final dos processos de limpeza. Os processos que são realizados a altas temperaturas (acima de 70ºC) podem apresentar problemas sérios de incrustação devido à desnaturação e fixação das gorduras. Os equipamentos que estão mais suscetíveis à acumulação de sujidades, no caso da indústria de sorvetes ou laticínios refrigerados, por exemplo, são principalmente os pasteurizadores, devido a alta temperatura de trabalho.
Outro ponto bastante crítico para acumulação de sujidades são os chamados “cantos mortos” ou “áreas mortas”, que são pequenas ramificações ao longo do circuito, cujo comprimento, caso ultrapasse duas vezes e meia o diâmetro da tubulação, atrapalha a ação mecânica do CIP, proporcionando acumulo de sujidades. Tal condição é altamente favorável ao desenvolvimento de micro-organismos, os quais tendem a contaminar e consequentemente comprometer a produção.

De modo a garantir a eficacia da limpeza nesses processos, é expressamente recomendado que, durante a concepção de um projeto de limpeza automática CIP, os “cantos mortos” ou “áreas mortas” sejam evitados. Caso não seja possível, torna-se necessário adequar um processo paralelo de limpeza manual COP (Cleaning on Place), desmontando o trecho da tubulação onde se encontram. Também e muito importante que se implementem rotinas de manutenção do sistema, de modo a se manter a integridade e funcionalidade de válvulas, bombas, sensores, equipamentos estes essenciais para que o CIP atue na plenitude de seus quatro pilares essenciais.

Para que a leitura não fique exaustiva, em um outro artigo apresentarei mais detalhes sobre o processo CIP.

Abraços a todos e até lá!

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