Olá, amigos! Chegamos a parte final de nosso tema voltado para limpezas CIP. Aqui falaremos sobre a necessidade de limpezas manuais em alguns pontos, incluindo cantos mortos, além de otimização de tempo.
Sistemas CIP podem ser automatizados de modo a proporcionar uma regulagem automática das concentrações, das temperaturas das soluções e de suas taxas de escoamento. Ainda assim, mesmo que tais processos sejam altamente desenvolvidos e automatizados, os mesmos raramente são otimizados (FRYER et al. 2006). Logo, o estudo e identificação de tais processos são importantes para a busca de otimização.
É muito importante salientar que, problemas de incrustações podem ocorrer pela falta de cuidado ao realizar procedimentos periódicos de higienização, potencializado em indústrias onde ha instalação de sistema CIP. Mesmo com o sistema CIP implantado, é prudente destacar que determinadas partes do circuito necessitam de higienização manual (também conhecida como limpeza COP - Cleaning out Place), tais como agitadores, gaxetas, coletores de amostras, válvulas, envasadoras como copos e pistões, correntes de movimentação e calefatores, que são estruturas presentes em tanques. Além dessas, vale destacar os trechos caracterizados como “cantos mortos” (BARNARD et al., 1992), que são trechos de tubulação fechados, maiores que duas vezes e meia o diâmetro da tubulação.
De modo a remover a sujidade, além da concentração da solução de detergente e sua composição, é mandatório também levar em consideração: a temperatura de aplicação; o tempo de contato com o resíduo, os quais devem ser definidos conforme as condições de trabalho existentes (ANDRADE; MACEDO, 1996; LEITÃO, 1975) e a ação mecânica, que decompõe a sujidade e colabora na sua retirada das superfícies (ANDRADE; MACEDO, 1996).
A temperatura de utilização também possui vital importância para sua eficácia. Isso é consequência da natureza essencialmente física de sua ação (MIDDLEMISS et al., 1985). O aumento da temperatura resulta na diminuição da viscosidade dos fluídos, o que leva a uma maior turbulência no escoamento e consequente maior ação mecânica na limpeza, condição essa primordial para que haja uma considerável elevação na eficiência em sistemas de limpeza automáticos (FORSYTHE; HAYES, 2002; LEITÃO, 1975).
Deve se observar com atenção, o tempo de contato entre sujidades. Existem tempos mínimos e ótimos de ação (ANDRADE; MACEDO, 1996). Estudos realizados mostram que há a possibilidade de se reduzir o tempo de contato com a utilização de maiores concentrações de detergente ou se for aplicado mais força (KUNIGK, 1998). Vale muito salientar que tempos mínimos devem ser cuidadosamente avaliados, de modo a garantir uma ação adequada dos componentes químicos (FRYER et al., 2006).
Percebe-se a influência da energia mecânica, observando-se a fricção, na qual forças de cisalhamento atuam sobre a superfície do equipamento. A taxa de escoamento é diretamente proporcional a intensidade das forças de cisalhamento. No entanto, deve-se observar limites ao fluxo, pois podem ocasionar gastos excessivos no sistema de bombeamento e desgaste das superfícies por abrasão (REED, 1992; FRYER et al., 2006).
Para o dimensionamento da energia mecânica (turbulência) aplicada ao processo, existe outro parâmetro que deve ser analisado, que é o número de Reynolds. Qualquer aumento na taxa de escoamento, resultando em valores de Reynolds entre 10000 e 70000, implica em aumento na eficácia do processo de limpeza (GALLOT 1984; LALANDE et al. 1984).
É isso, pessoal! Caso necessitem mais informações sobre este tema, entrem em contato conosco. Somos especialistas em projetos CIP, com grande experiência na indústria de alimentos. Grande abraço e até a próxima!
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