segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

LIÇÕES DE LIDERANÇA - A ARTE DE SABER QUANDO NÃO SE PODE VENCER




Ser líder é inegavelmente uma arte. As vezes me encorajo a utilizar o ditado "ser mãe é padecer no paraíso", trocando a palavra mãe pela palavra líder. O líder influencia, fornece uma direção significativa rumo aos objetivos, mas também tem a responsabilidade de tomar decisões de alto grau de dificuldade e em algumas ocasiões impopulares. Dentre essas decisões difíceis, está a que envolve as alternativas de continuar ou retroceder, avançar ou recuar em determinado momento.

Conforme o vídeo que apresentaremos na sequência, entenderemos um pouco sobre essa questão. O vídeo é um pequeno trecho do filme Jornada nas Estrelas II - A Ira de Kahn, lançado em 1982. A primeira parte, nós retiramos até para dar mais dinâmica e objetividade ao nosso artigo. Mas em resumo, trata-se de um treinamento de estagiários, no qual a tenente Saavik enfrenta uma batalha no simulador da Federação, sendo que as circunstâncias são bem críticas, resultando em uma derrota terrível, a qual caso fosse verdadeira, teria eliminado toda a tripulação. Ela alega que o teste foi injusto para sua avaliação, pois não havia como vencer o simulador, dada a sua programação. Prestem bem atenção no diálogo pós treinamento entre a tenente Saavik e o almirante Kirk:


Pode não parecer, mas o que vemos aqui é uma grande lição de liderança: saber a hora de não avançar.

Muitas vezes, pressionados por prazos, por gestores inconsequentes, por situações adversas e por que não dizer por orgulho, insistimos em uma contenda que tende ao fracasso iminente. E fracassamos exatamente por temer o fracasso, por temer passar por acomodados ou acovardados e também por querer demonstrar poder frente nossa equipe.

O que o almirante Kirk nos mostra aqui, em suas sábias palavras, é que o líder deve sim saber a hora exata de recuar. De parar e rever sua estratégia. De dar um pequeno passo atrás, para evitar um passo desordenado a frente, o qual por sua falta de solidez, pode resultar no futuro, em um retrocesso ainda maior e porque não dizer catastrófico. Isso faz parte do planejamento. Se o risco de fracasso, de perda, de derrota é iminente e está claro a vista de todos, vale a pena parar e reavaliar a situação. E um detalhe impressionante: já no final do vídeo, mesmo com o aparente revés dos aspirantes, Kirk ainda entende que vale a pena sim investir nos novos talentos, dar-lhes oportunidade para tirar o melhor de sua juventude e desejo de sucesso, de vivenciar novas experiências.

Quando se participa de treinamentos de Six Sigma ou Lean Manufacturing, principalmente quando se tem como referência o modelo Toyota, no métodos de TPM, aprendemos que para se passar de um passo a outro, o passo atual deve estar 100% estabelecido, firme e bem assimilado, totalmente dentro da metodologia, em cada detalhe. Caso contrário, deve-se suspender a mudança de passo e rever o processo, identificando o ponto falho ou enfraquecido, para aí sim avançar de forma estruturada e baseada nos conceitos de qualidade e melhoria contínua. Com isso, o risco de tropeços críticos e de proporções catastróficas, por conta de avanços mal calculados e mal embasados, é reduzido ao mínimo, tendendo a zero.

Façam essa reflexão e percebam que as vezes, "dar uma marcha ré" em algum projeto, pode significar o ganho de espaço para um grande impulso, o qual garantirá um vôo ainda maior do que o inicialmente planejado. E isso, só um verdadeiro líder pode enxergar, entender, assumir e conduzir.

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