Enquanto a professora apresentava a matéria e a sala permanecia toda em silêncio, um colega meu, que estava sentado em um banco atrás de mim, começou a bater com uma régua em meu ombro. Não eram batidas fortes, mas pelo peso da régua (sim, era pesada, acreditem!) e pela continuidade (ficou “naquela” por cerca de uns 15 minutos), fora o fato de acertar precisamente bem no “ossinho” do ombro, a situação ficou bem dolorida. A vontade de virar pra trás e tomar a régua, reclamar, até mesmo xingar, era muito grande! Mas tinha um problema: os professores daquele curso eram muitos rigorosos. Se eu simplesmente olhasse para trás, provavelmente eu e o “agressor” seríamos expulso da sala. E falo isso com propriedade, pois vi isso acontecer várias vezes e por situações muito mais “leves” do que aquela.
Assim sendo, optei por uma estratégia diferente. Fiz uma expressão de dor (até porque estava doendo mesmo!) e comecei a olhar para a professora com uma “cara” de muito incômodo. Não precisei esperar muito, pois a professora quase que imediatamente se virou para nosso lado e disse: “Você, fora de sala agora!” Me assustei e apontei pra mim mesmo como quem diz “Eu, professora?” Ela disse: “Não, seu colega aí”. Meu colega assustado, pálido, ainda tentou argumentar: “Mas o que foi, professora?” Ao que ela respondeu: “Você sabe muito bem o que está fazendo. Fora de sala”. Ele saiu e eu fiquei.
Meu incômodo acabou e assisti a aula tranquilamente até o final. Ao terminar a aula, meu “agressor” me abordou furioso: “Poxa, porque você não disse que estava doendo?” Eu respondi: “Simples! Se eu fizesse qualquer movimento, nós dois seríamos expulsos de sala. Como não seria justo, pois você era quem estava me incomodando, resolvi me segurar a deixar a professora ver e resolver”. Fim de papo!
Com isso, meus amigos, a mensagem que fica é que, em muitas vezes na vida, nós precisamos ter muito auto controle, muito “sangue frio”, para enfrentar algumas situações. Nesse episódio, eu logo cedo aprendi que, com calma, paciência, resiliência e resignação, conseguimos resolver situações complicadas sem nos comprometer. É quase uma regra que a retaliação e a reação mais “sanguínea” pura e simples, mesmo quando você é quem está sofrendo algum tipo de ataque, agressão ou constrangimento, acabam por inverter os papéis e, assim, injustiças podem ser cometidas.
Entendi que com estratégia, sabedoria e sutileza, podemos expor pessoas e situações realmente inadequadas, impertinentes e desagradáveis, evidenciando essas atitudes com todos os meios cabíveis, fazendo com que tudo se resolva da forma mais justa possível. Agora uma coisa muito importante nesse relato: o final tende a ser feliz, mas a caminhada não é fácil! É preciso saber suportar, pois o processo pode ser extremamente doloroso. Assim como foram dolorosas as batidas da régua no meu ombro.
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