segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS - COMO SELECIONAR UM PROJETO ÁGIL


Na Gestão Ágil, um dos fatores mais importantes para o sucesso é a seleção adequada do projeto. Seguem algumas características de bons projetos: 

1) Quando é preciso entregar um produto de qualidade rapidamente, mas não de uma só vez. Espera-se que os requisitos sofram alterações. 

2) A organização está disposta a liberar membros altamente capacitados que possam tomar decisões independentes sobre o produto em desenvolvimento. 

3) Acredita-se também que o produto possa gerar valor para o negócio em incrementos. 

Vejamos exemplos de projetos ágeis e "não" ágeis. 

Projeto ágil: Imagine que você queira implementar um sistema de informações executivas. Há um orçamento aprovado, forte apoio executivo e um certo número de executivos apresenta necessidades bem distintas. Eles certamente preferem uma entrega antecipada e querem o projeto concluído até o fim do ano. Esse projeto combina perfeitamente com a Gestão Ágil. Os requisitos com certeza vão mudar quando os executivos começarem a ver as possibilidades. É fácil dividir o projeto em iterações, criando categorias e implementando recursos por executivo. 

Projeto "não" ágil: Você precisa atualizar os processos empresariais, substituindo processos administrativos pelos atualizados para atender à demanda. Sua empresa faz isso a cada três ou quatro anos, seguindo um conjunto testado de etapas e processos. O orçamento foi definido, todo o escopo deve ser concluído e você sabe quais áreas e processos devem ser atualizados. Não é um candidato tão bom para a Gestão Ágil. Não há motivo para fazer iterações e, ao final delas, perguntar se são necessárias novas funcionalidades. O projeto foi concluído anteriormente usando outros métodos bem-sucedidos e o pessoal está acostumado a eles. Esse projeto poderia ser implementado em iterações? Sim, claro! Mas só iterações não bastam para torná-lo ágil. Esse ciclo de vida de projeto costuma ser chamado de iterativo e pode ser uma forma inteligente de conduzi-lo. Também sabemos que todos os processos devem ser atualizados. Portanto, não seria bom dividir o projeto em janelas de tempo fixas e atualizar somente alguns processos já aprovados, o que poderia acontecer em um projeto ágil. Seria melhor usar a abordagem mais tradicional já empregada anteriormente. 

Nem todos os projetos devem ser implementados como ágeis ou não ágeis. É possível criar projetos híbridos. Por exemplo: o lançamento de uma nova linha de produtos em uma empresa já existente. Podemos usar técnicas ágeis para desenvolver o maior número possível de produtos de marketing até a data de entrega do produto desejado. Como sugestão, podemos recomendar um ciclo de vida mais tradicional para reorganização do pessoal no departamento de novos produtos, já que cada funcionário deve ser avaliado e as responsabilidades devem ser adequadas. Podem ocorrer as mudanças de pessoal primeiro em uma determinada área, deixando as mudanças nos processos de negócios para o pessoal realocado. Nas mudanças de processos, é sensato usar a Gestão Ágil, pois obriga a empresa a definir prioridades e implementar primeiro as funcionalidades mais importantes. Já a realocação de pessoal, funciona melhor com uma abordagem mais tradicional. 

Resumindo, a Gestão Ágil pode ser aplicada em diferentes contextos e de diversas maneiras. Tudo depende do projeto, da organização e se as características da Gestão Ágil são a melhor forma de gerar mudanças para o cliente.

Na próxima postagem, falaremos sobre a avaliação do projeto. Até lá!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

LIÇÕES DE LIDERANÇA: A ESTRATÉGIA DA "RÉGUA NO OMBRO"


Certa vez, quando tinha apenas 14 anos e fazia um curso preparatório na Zona Norte do Rio de Janeiro, durante uma das aulas nessa instituição de ensino, aconteceu algo bastante inusitado.

Enquanto a professora apresentava a matéria e a sala permanecia toda em silêncio, um colega meu, que estava sentado em um banco atrás de mim, começou a bater com uma régua em meu ombro. Não eram batidas fortes, mas pelo peso da régua (sim, era pesada, acreditem!) e pela continuidade (ficou “naquela” por cerca de uns 15 minutos), fora o fato de acertar precisamente bem no “ossinho” do ombro, a situação ficou bem dolorida. A vontade de virar pra trás e tomar a régua, reclamar, até mesmo xingar, era muito grande! Mas tinha um problema: os professores daquele curso eram muitos rigorosos. Se eu simplesmente olhasse para trás, provavelmente eu e o “agressor” seríamos expulso da sala. E falo isso com propriedade, pois vi isso acontecer várias vezes e por situações muito mais “leves” do que aquela. 

Assim sendo, optei por uma estratégia diferente. Fiz uma expressão de dor (até porque estava doendo mesmo!) e comecei a olhar para a professora com uma “cara” de muito incômodo. Não precisei esperar muito, pois a professora quase que imediatamente se virou para nosso lado e disse: “Você, fora de sala agora!” Me assustei e apontei pra mim mesmo como quem diz “Eu, professora?” Ela disse: “Não, seu colega aí”. Meu colega assustado, pálido, ainda tentou argumentar: “Mas o que foi, professora?” Ao que ela respondeu: “Você sabe muito bem o que está fazendo. Fora de sala”. Ele saiu e eu fiquei. 

Meu incômodo acabou e assisti a aula tranquilamente até o final. Ao terminar a aula, meu “agressor” me abordou furioso: “Poxa, porque você não disse que estava doendo?” Eu respondi: “Simples! Se eu fizesse qualquer movimento, nós dois seríamos expulsos de sala. Como não seria justo, pois você era quem estava me incomodando, resolvi me segurar a deixar a professora ver e resolver”. Fim de papo!

Com isso, meus amigos, a mensagem que fica é que, em muitas vezes na vida, nós precisamos ter muito auto controle, muito “sangue frio”, para enfrentar algumas situações. Nesse episódio, eu logo cedo aprendi que, com calma, paciência, resiliência e resignação, conseguimos resolver situações complicadas sem nos comprometer. É quase uma regra que a retaliação e a reação mais “sanguínea” pura e simples, mesmo quando você é quem está sofrendo algum tipo de ataque, agressão ou constrangimento, acabam por inverter os papéis e, assim, injustiças podem ser cometidas. 

Entendi que com estratégia, sabedoria e sutileza, podemos expor pessoas e situações realmente inadequadas, impertinentes e desagradáveis, evidenciando essas atitudes com todos os meios cabíveis, fazendo com que tudo se resolva da forma mais justa possível. Agora uma coisa muito importante nesse relato: o final tende a ser feliz, mas a caminhada não é fácil! É preciso saber suportar, pois o processo pode ser extremamente doloroso. Assim como foram dolorosas as batidas da régua no meu ombro. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

LIÇÕES DE LIDERANÇA: FALANDO SOBRE NETWOKING VERDADEIRO E NETWORKING “OBA OBA”

 


Antes de iniciar este relato, vamos as definições de algumas expressões para facilitar a compreensão do texto:

NETWORKING VERDADEIRO: é construir uma rede de contatos profissional para trocar experiências e informações e, dessa forma, potencializar oportunidades através de relacionamentos em função da excelência de seu trabalho, em conjunto com sua proatividade e interação NATURAL com outros departamentos, colaboradores e profissionais diversos.

NETWORKING "OBA OBA": é construir uma rede de contatos profissional para potencializar oportunidades através de relacionamentos fundamentados em atividades como "happy hours", "futebol pós expediente", "churrascos", "almoços", etc, independente de você produzir ou não resultados de excelência.

Bom, assim sendo, vamos ao que interessa...

Certa vez, houve uma troca de comando na empresa em que trabalhava... Vou chamar aqui os envolvidos de João e Maria (criativo, não? hehehe).

João era meu gestor e trocou de departamento com Maria. Chegando Maria para comandar meu setor, fiquei preocupado, pois até aquele momento não havia conseguido construir uma boa “ponte” com ela. Na verdade nossa relação era complicada, pois Maria, apesar de muito competente e comprometida, tinha uma personalidade difícil.

Bom, assim que chegou, ela me colocou a frente de um projeto muito complexo, difícil, pois havia um problema sério acontecendo no processo e precisava de uma solução rápida. Minha preocupação triplicou! Pensei: "Ou ela quer me testar ou me queimar!" Mas abracei a causa com vontade! Me empenhei, dediquei esforços hercúleos e consegui tocar o projeto muito bem. Não só resolvemos o problema, como melhoramos muito nosso desempenho, modificando inclusive nossa infraestrutura e o processo como um todo.

Passados alguns meses, vendo que o projeto que “toquei” estava definitivamente consolidado e sustentável, com ótimos resultados, Maria me chamou em sua sala e disse o seguinte: “Carlos, quando estava no outro departamento, vivia me perguntando o que realmente você fazia aqui. Hoje tenho a certeza que você era um verdadeiro talento desperdiçado! Como puderam ficar tanto tempo sem enxergar o profissional altamente qualificado e competente que você é?”

Bom, a partir desse momento, nossa relação, que já estava muito melhor, ficou excelente e, daí para frente, Maria bradava para todos os lados, que eu era uma das maiores referências que ela tinha para os processos nos quais trabalhávamos.

Moral da história... eu não aparecia, porque meu foco sempre foi trabalhar com excelência, porém sem ficar fazendo “alarde”, acreditando que as "boas obras" naturalmente seriam percebidas, trazendo um reconhecimento óbvio. Só que não! Como antes da chegada de Maria só ganhava reconhecimento quem “andava com as pessoas certas” e fazia mais "propaganda" do que produzia efetivamente bons resultados, meus “feitos” não eram muito valorizados e, muitas vezes, outros recebiam os “louros” em meu lugar. Mas como ela não era muito adepta dessa política “oba oba”, fazendo o reconhecimento como deve ser, por competência, excelência, sem precisar de “almoços, happy hours, churrascos, futebol, etc”, consegui aí alcançar meu lugar ao Sol, o que inclusive deixou algumas pessoas não muito satisfeitas... Mas, esse é o mundo corporativo “tupiniquim”, certo? hehehe

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